Organização

A Acompanha é uma Cooperativa de Solidariedade Social, CRL, credenciada pela Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), consignando estatutariamente os seus fins de solidariedade social e com equiparação às Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Conforme o disposto no Art.º 3º da publicação da Acompanha no Diário da República de 16 de dezembro de 1999, esta cooperativa “pertence ao ramo da solidariedade social e tem por objetivo o apoio a famílias e comunidades socialmente desfavorecidas, a pessoas idosas e a pessoas com deficiência, podendo para o efeito desenvolver programas de apoio dirigidos para situações de doença, velhice, deficiência e carências económicas graves”.

Na perseguição destes objetivos constituiu a Acompanha uma estrutura dotada de autonomia administrativa e financeira, à qual, por decisão da Comissão para o Mercado Social de Emprego de 16 de dezembro de 1999 foi atribuído o estatuto de Empresa de Inserção. As Empresas de Inserção consideradas, pela Portaria 348-A de 98, como um instrumento de combate ativo à pobreza e a situações de fragilidade social constituem uma das soluções referidas na Resolução do Conselho de Ministros n.º 104/96, de 9 de julho, que cria o Mercado Social de Emprego e pela diretriz n.º 10 do Plano Nacional de Emprego.               

Deste modo, tem também a Acompanha, no seio da sua candidatura à medida “Empresas de Inserção” preocupações a nível da (re) inserção socioprofissional de indivíduos desempregados de longa duração, ou em situação de fragilidade face ao mercado de emprego (regulamentados no disposto no Art.º 3º do Capítulo I da referida Portaria de 18 de Junho de 1998), mediante a aquisição e o desenvolvimento de competências pessoais, sociais e profissionais adequadas ao exercício de atividades que possam contribuir para a promoção do desenvolvimento do Concelho de Peniche.

Constituída desta forma, pretende a Acompanha contribuir para a melhoria das condições de vida, equilíbrio e bem-estar dos indivíduos (idosos e não só) e famílias, através do apoio à realização das suas atividades de vida diária, promovendo a sua autonomia, contribuindo para a atenuação de disfuncionalidades, evitando situações de institucionalização, promovendo dinâmicas familiares e intergeracionais, apelando à envolvência de todos nós enquanto sociedade civil e responsáveis pelo bem-estar da população de que fazemos parte.

É uma estrutura que, relativamente a outras entidades de dimensão local, tem a particularidade de intervir em domínios de inegável importância para a saúde e segurança públicas. Inserida no tecido social do Concelho de Peniche, a Acompanha tem vindo a responder à satisfação de necessidades sociais, abrangendo diferentes valências:

  • Serviço de Apoio Domiciliário – Prestação de cuidados e serviços a famílias e/ou pessoas que se encontram no seu domicílio, em situação de dependência física ou psíquica.
  • Equipa de Rua Porto Mais Seguro – Âmbito da Redução de Riscos e Minimização de Danos com os Programas de Substituição Opiácea de Baixo Limiar e Troca de Seringas, junto da população consumidora de substâncias psicoativas e suas famílias.
  • Sidade Alerta – Âmbito do Programa Nacional para as Infeções Sexualmente Transmissíveis e Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana e do Programa Nacional para as Hepatites Virais, na abordagem associada às Infeções Sexualmente Transmissíveis Infeções pelo VIH e Hepatites Virais.

Estas equipas desenvolvem uma relação de proximidade e informalidade próprias deste tipo de intervenção, conquistando naturalmente um conhecimento privilegiado sobre a comunidade e as suas relações com o meio. Desta forma, vamos sendo confrontados com situações de fragilidade, muito embora na maioria das vezes se tratem de situações silenciadas pela vergonha e pela ilegalidade subjacente; pessoas que vivem nas ruas, que ocupam a via pública para o cumprimento das necessidades do seu quotidiano, pernoitam em casas devolutas ou outros espaços abandonados. Nalguns casos, estas pessoas mantêm comportamentos aditivos e dependências e estão socialmente isoladas. Em todos, se encontra um problema de saúde pública, associado à doença mental e à vulnerabilidade socioeconómica, ainda mais condicionada pela atual inflação.

Temos uma missão nobre que deve ser honrada, respeitada e dignificada para que a história destas pessoas continue a ser construída todos os dias com dignidade.